segunda-feira, 4 de outubro de 2021

Crítica do livro: “O visitante Inesperado (1999)”

Crítica do livro o visitante inesperado de agatha christie feito pelo blog trilha dos contosTítulo original: The Unexpected Guest
Autora: Agatha Christie
Ano de lançamento da peça teatral: agosto de 1958
Adaptado por: Charles Osborne
Gênero: Policial
Ano copyright: 1997
Personagens principais: Michael Starkwedder, Richard Warwick, Laura Warwick, MacGregor 


Nota: 4,5/5


Sinopse 

        Em uma noite enevoada no interior da Inglaterra, sem conseguir ver a estrada, Michael Starkwedder fica preso com seu carro em uma vala. À procura de ajuda, vai até uma casa próxima e encontra um cadáver em uma cadeira de rodas. Ao lado do corpo, uma bela mulher, com a arma do crime nas mãos. Seduzido pela beleza da assassina, Starkwedder articula com ela um plano mirabolante para inocentá-la. Mas, à medida que novos fatos vão sendo revelados, ele começa a duvidar se tomou ou não a decisão certa. Chega, então, a polícia, que, ao começar a investigação, descobre pistas que levam a um resultado surpreendente. 'O Visitante inesperado' foi escrito originalmente em 1958 como uma peça de teatro. Charles Osborne, biógrafo de Agatha Christie, encarregou-se da tarefa de transformar o texto em romance. 

 

— “A porta se abre e eis que entra o visitante inesperado.” — Estremeceu ligeiramente. — Esse ditado sempre me apavorou quando eu era criança. “O visitante inesperado.”

 

        Com o passar do tempo, depois de ler vários livros da Agatha Christie, percebo que as narrativas de suas histórias possuem um crescimento gradual de ação usando fatores como idade, época e sexo. Bem, o que isso significa? Se colocarmos os seus detetives principais e as histórias em que eles atuam lado a lado percebemos grandes diferenças. Como exemplo podemos citar as narrativas em que Miss Marple é a detetive, leitura mais arrastada onde a personagem não saíra de sua casa e com muitos detalhes sutis que serão muito bem usados ao final da trama. Já com Poirot, podemos perceber que as histórias são menos arrastadas e o personagem começa a procurar ativamente por indícios para que a trama tenha uma finalização. Com Tupence e Tommy, percebemos uma dinâmica mais rápida e com vários momentos de correria e ranger de dentes. Essas características não são ruins, pelo contrario, mostra de certa forma como a sociedade funcionava naquela época. Uma senhora idosa nunca será vista como detive (no máximo será vista como fofoqueira), mas um homem poderá. Um homem mais velho pode ser um detetive, mas só detetives jovens poderão se meter em enrascadas parecidas com filmes como John Wick. E nesse momento é que essa peça/livro brilha. De início parece que seremos guiados somente pelos olhos de Michael Starkwedder, mas na realidade também vemos o enredo como se fôssemos Laura Warwick a esposa do falecido. Isso nos dá uma visão mais ampla do que realmente aconteceu e o porque. Jovens e com personalidades mais ativas, vemos esse casal vivenciar situações complicadas passando a sensação de agitação ao enredo.

        Bem, percebe-se que Agatha Christie sabe muito bem transitar entre as narrativas literárias e as peças teatrais. Não que seja impossível se contentar com uma Miss Marple em tela, mas para o público mais jovem o que geralmente cativa são tramas mais rápidas e de certa forma mais dinâmicas. A história possui vários tons dramáticos, mas os personagens são muito mais ativos e a história se torna mais simples do que inicialmente nos apresenta.

        Por fim, o livro me deu uma sensação de refrescância. A cada trama vinha a impressão de uma narrativa mais leve e direta. A autora foi muito perspicaz em como guiou cada ação, e conseguiu tirar a minha atenção naquilo que realmente era importante. De certa forma até óbvio... É um livro que vale a pena ter na estante e reler para refrescar a cabeça. 

 

Veja também → Crítica do filme: “Duelo de Titãs (2001)”

 

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