Ana acabara de acordar. Seus olhos inchados e uma leve dor de cabeça demonstravam o quanto ela havia dormido. Ao esfrega-los, os mesmos se mostravam doloridos e ressecados, frutos das areias de Morfeu.
Percebendo a luz que entrava pela janela, transpareceu a expressão de dor procedida pelos sorrisos ao pensar na mãe:
_Ela já deve ter feito o bolo.
A sala era pequena, mas aconchegante. A menina dormia sobre as almofadas que estavam jogadas sobre um tapete no chão. Atrás de si, havia uma grande janela, e a frente uma porta de madeira maciça que levava ao saguão principal e respectivamente as escadas, a porta da cozinha e a entrada da casa. Não havia nada diferente do normal, um dia quente e ensolarado e uma grande casa silenciosa.
“Silenciosa”, ela pensou. “Mas mamãe deveria fazer algum barulho, afinal ela estava na cozinha.”
_Mamãe?
Em um instante ela lembrou do “déjà vu” que havia tido no saguão. Seus olhos cheios de água enxergando por uma sacola borrada pela sua própria respiração, mas não da tempo. Agora são dois corpos pendendo no quarto e em um piscar de olhos ela volta a acordar na sala a espera de seu bolo e sem lembrar de nada...
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